29 semanas e 04 dias: meu guri cada dia mais perto de conhecer esse mundão de Deus! A vida mudou muito desde o dia que descobri que engravidei: rotina, alimentação, pessoas a minha volta, cuidados, etc. Como me diziam, cada dia que passa é uma sensação diferente, acontece algo inesperado, tanto coisas boas como ruin. Em toda a minha vida nunca tomei tanto cuidado com a minha saúde como agora, e nunca fui tanto pro hospital também! Parece que quanto mais me cuido mais fraca eu fico. É, essa vida de quase mãe não é fácil, João Gabriel tem sugado tudo e mais um pouco. Mas o motivo da postagem de hoje é outro. Hoje, não que seja um dia especial, mas acordei meio tristinha. Me animei quando cheguei no trabalho e ganhei um presentinho adiantado de dia das mães que me fez refletir sobre tudo que aconteceu e está acontecendo. No momento em que escutei "é pra marcar o teu dia das mães" me lembrei de quando eu ainda era uma menina e ficava planejando como seria a minha vida quando eu fosse ter um filho. Naquela época sonhava alto, imaginava que iria ter uma família só minha: papai, mamãe e filhinhos correndo entre os dois. Engraçado que daquilo que eu planejei e sonhei, acertei somente na idade, já que meu pequeno nasce poucos dias antes de eu completar 24 anos (falei a vida toda que teria um filho aos 24 anos). Segundos depois de ter lembrado disso voltei pra minha realidade: mãe solteira. Não tem papai e mamãe juntos na minha hisdtórinha da vida real, tem eu e meu pequeno. A minha utopia de montar uma família não se realizou, e creio que um pouco por culpa minha. Relembrando os fatos: namoro indo de vento em poupa, uma briga aqui outra acolá, típica de qualquer relacionamento; suspeito da gravidez e no meio disso a única pessoa que podia mudar meus planos surge do meio de um passado pra lá de enterrado, confirmo a gravidez e por uma falssa segurança com essa pessoa 'n', jogo tudo pro alto; papai segue sua vida normalmente; mamãe leva mais um tombo já que como sempre no meio do caminho (como já havia acontecido) a pessoa 'n' ao perceber que já tinha alcançado sucesso na missão (me afastar por completo de qualquer pessoa), larga a mão da mais nova mamãe, que mais uma vez fica sem rumo...
O problema de tudo isso é que não estou mais sozinha. Se fosse somente eu, tudo bem, era levantar a cabeça e partir pra outra, mas não é mais assim, tem o meu pequeno no meio disso tudo. E hoje mais do que nunca bateu aquele sentimento de culpa por que a minha atitude impensada de jogar tudo pro alto atingiu o meu pequeno: a família que ele merece não existe. O papai dele ficou tão magoado que não mantém contato algum, e quando resolve falar algo, fala somente pra me atingir, pra me lembrar que ele vai ta longe por culpa minha, e isso machuca muito. Tem dias que começo a pensar no dia que meu João Gabriel vai me perguntar por que ele não tem um pai em casa como todos os coleguinhas que ele vai ter na escola. Penso no que eu vou dizer pra ele, como dizer que ele não tem isso por conta de uma atitude pra lá de errada que eu tive. E o pior é que percebi isso tarde de mais. Hoje eu não tenho com quem dividir nenhuma das alegrias que ele me traz, e sinto falta disso. Vejo amigas, conhecidas e afins grávidas recebendo tanto carinho, tanto amor dos seus companheiros, e me olho no espelho e me vejo sozinha. Tenho uma certa inveja de todas por que esse carinho que só o pai do meu pequeno podia oferecer, nem eu e nem ele temos e nem vamos ter. A única mão que acaricia a minha barriga numa tentativa de acariciar o pequeno antes de nascer é a minha. A voz que ele mais escuta, seja falando ou cantanto é a minha, por que até hoje ele não escutou a voz do pai... Dá tanto medo saber que ainda tem tanta coisa que eu vou ter que enfrentar sozinha, que eu não vou ter uma mão pra segurar e simplesmente me dizer "estou com você". Por mais forte, independe e o escambal que eu possa ser tem horas que sinto falta de ter esse apoio. Cada dia que passa mais se aproxima o dia do meu pequeno chegar, até lá espero que as coisas melhorem...
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